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  • Foto do escritorDiogo Oliveira

4 Espécies para observar e fotografar na Serra da Freita

A Serra da Freita era um dos locais que nunca tinha visitado. A convite da Davina Falcão, que gere o Cobras de Portugal, fomos até lá procurar algumas espécies de répteis. Ela conhece bem a zona o que tornou mais fácil esta visita. Embora o nevoeiro tenha antecipado o regresso a casa, ainda foi possível encontrar diversas espécies e ficar com aquela vontade de regressar.



DETALHES

Ponto de Partida: Serra da Freita

Distância a Percorrer: 5 a 10 km

Altura do ano: Primavera

Melhor hora do dia: Manhã e Tarde

Material Recomendado: Máquina + objetiva macro

Extras: Pode ser necessário veículo todo o terreno (em dias de chuva)


COMO CHEGAR

Existem muitos locais para explorar na serra da Freita, uma zona mais descampada e outra mais florestada. No caso da procura por répteis, a zona com rochas e mais descampada acaba por ser a melhor. Nesta zona existem arbustos suficientes para eles se abrigarem, e rochas onde se podem esconder. Podem explorar os miradouros para ficarem com uma ideia de toda a região. Para além das diferentes espécies de répteis e anfíbios que aqui podemos encontrar, esta zona é também excelente para procurar por insetos nos dias mais quentes. De forma a facilitar a sua deslocação pode colocar no GPS as seguintes coordenadas: 40°52'02.5"N 8°15'41.4"W ou 40.867373, -8.261488, ou seguindo o link para o google maps.


PERCURSO RECOMENDADO

Este local o mais indicado é caminhar. Existem diversos percursos pedestres que podem seguir e explorar, não existe um local perfeito, pois é necessário caminhar e procurar pelos animais que querem fotografar. Os campos floridos encontram-se cheios de insetos, podem ter de se desviar um bocado do percurso principal para os fotografar. Podem seguir o caminho que vai ao longo da ribeira, para aumentar as hipóteses de encontrarem as cobras-d'água. No entanto, o melhor é ir levantando pedras e estar preparado para qualquer eventualidade. Nesta zona também ocorrem sardões, consegui observar um mas não se deixou fotografar.




A MINHA EXPERIÊNCIA

A maioria dos répteis e anfíbios são simpáticos o suficiente para os fotografarmos sem ser necessário incomodá-los. Devem ter atenção com a última espécie que vou falar, pois possui um veneno que pode trazer complicações, no entanto, elas não são agressivas e só mordem em último caso. As restantes espécies são totalmente inofensivas, as cobras-d'água nem sequer tentam morder. Por isso, se tiver medo de cobras fique apenas a apreciá-las e não as mate. O que achei mais complicado é o facto do terreno ser aos altos e baixos, com pedras relativamente grandes para ir revirando. O que com calor e muito equipamento pode tornar-se cansativo. Sempre que levantarem uma pedra devem certificar-se que ela é colocada na mesma posição em que estava! Estes locais são refúgio para muitas espécies, e não devemos destruir o seu espaço. Podemos procurá-las mas devemos respeitá-las ao manter tudo como encontrámos. Assim garantimos que na próxima visita eles continuem a utilizar este espaço.



LAGARTIXA-DO-NOROESTE

A lagartixa-do-noroeste (Podarcis guadarramae) é uma das espécies mais comuns na região, podem observá-las nos muros de pedra a apanhar sol e à procura de alimento. Para as fotografarem é preciso alguma paciência, isto porque ao mínimo movimento estranho elas escondem-se e podem demorar mais de cinco minutos a voltar a expor-se. O truque é aproximarem-se com calma, com a máquina já preparada a disparar, e com movimentos calmos. Deixem-nas habituar-se a vocês antes de tentarem ficar muito perto, quando elas percebem que não estamos ali para lhes fazer mal as lagartixas acabam por relaxar e ficam a apanhar sol mesmo connosco a fotografá-las.



RÃ-IBÉRICA

A rã-ibérica (Rana iberica) é um dos anfíbios que mais gosto de fotografar, elas não tem medo da nossa presença e estão bastante ativas durante o dia. Isto facilita a obtenção de fotografias de uma rã que quando salta consegue fazer um truque de ilusionismo e desaparecer sem deixar rasto. Devem aproximar-se com calma, procurar por indivíduos que estejam em locais bem expostas para a fotografia e que consigam aproximar-se sem ter muitos obstáculos à frente.



COBRA-D'ÁGUA-VIPERINA

A cobra-d'água-viperina (Natrix maura) gosta de estar perto de água (embora consiga afastar-se dela). Neste local a melhor forma de as encontrar é perto dos pontos de água, por exemplo, pedras no centro da ribeira e que estejam ao sol, muros perto da ribeira, espaços abertos onde consigam ficar ao sol, e outros locais rochosos nas redondezas. Claro que se estiverem dentro de água pode ser mais complicado fotografá-las, podem ter de se molhar. Quando estão a apanhar sol é mais fácil dar com elas, mas também se encontram mais ativas e quentes.



VÍBORA-CORNUDA

A espécie mais perigosa é a víbora-cornuda (Vipera latastei), esta sim devemos ter cuidado com ela. Embora não seja agressiva e tenha um comportamento dócil, pode chegar a morder caso seja manuseada ou agarrada. O seu veneno serve para matar as suas presas, e não como mecanismo de defesa. No entanto, por ter os dentes inoculadores de veneno à frente é inevitável não injetar veneno quando morde. Os juvenis podem injetar mais veneno por falta de experiência. O melhor é evitar de todo tocar-lhes e elas também vos deixam em paz, podem fotografá-las com calma e não se aproximem muito para evitar incomodá-la tanto que acabe por fugir. Elas gostam de estar perto de muros, por isso, devem ter cuidados redobrados quando saltam muros ou procuram por outros animais junto ao muro. Elas tem um papel muito importante nos ecossistemas, alimentando-se de roedores.


Espero que tenham desfrutado deste pequeno guia sobre 4 espécies que podem fotografar na Serra da Freita, evitem ir em dias muito quentes. Levem muita água e um chapéu, se tiverem podem levar umas joelheiras para poderem estar de joelhos a fotografar sem ficarem com demasiadas dores. Umas luvas ajudam a levantar as pedras sem magoar-mos as mãos.



QUEREM APRENDER MAIS SOBRE FOTOGRAFIA?


Quando estamos a fotografar é fácil perder a noção do que devemos ou não devemos concentrar, sejam as espécies mais comuns ou as mais raras, seja tentar fotografar de dia ou de noite. Criei alguns artigos para mostrar o que podem procurar em certos locais para fotografar.


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Conheça quando fotografar diversas espécies de aves no litoral de Oeiras: 4 Espécies para Fotografar no Passeio Marítimo de Oeiras



VEJAM AINDA OS MEUS VÍDEOS NO YOUTUBE

Criei vários vídeos sobre fotografia de vida selvagem onde explico como fotografar diversas espécies e ainda algumas das melhores técnicas fotográficas. Desde fotografar aves costeiras a fotografar o bonito guarda-rios, é uma pequena playlist que espero que desfrutem e deixem um like nos vídeos.



Sabiam que podem aprender mais sobre fotografia comigo no campo?


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