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  • Foto do escritorDiogo Oliveira

Parque Biológico da Serra da Lousã | Diário Fotográfico

No início do ano tive oportunidade de visitar o Parque Biológico da Serra da Lousã (PBSL). Já estava na lista para visitar há alguns anos, mas nunca surgiu uma oportunidade. Há muitos anos que conheço o Parque Biológico de Gaia, embora este fique um pouco mais longe que o da Lousã, e sempre tive curiosidade em conhecer também o Parque Biológico da Serra da Lousã e revisitar a serra da Lousã para procurar os veados.



O PBSL encontra-se divido em duas secções, uma quintinha pedagógica com diferentes animais domésticos, como porcos, cabras, porquinhos-da-índia, cavalos, burros e várias raças de vacas, o que é espetacular visto raramente se procurar preservar as raças autóctones de Portugal. Nesta zona poderá também observar várias espécies de aves selvagens, como a rola-turca, o chapim-azul, a alvéola-branca e o rabirruivo-preto. No caminho para a secção mais selvagem do PBSL existe um cercado com um veado juvenil que teve de ser criado à mão, e por isso, supersimpático para com os visitantes. Gosta de receber mimos, embora não seja um comportamento natural, é fundamental para sensibilizar o público mais jovem para a conservação da natureza.



A ponte atravessa o rio Dueça e liga as duas secções do PBSL. Sendo uma ribeira natural acaba por atrair várias espécies selvagens, neste caso foi possível observar um corvo-marinho e uma garça-real. Já na margem mais selvagem do parque encontramos várias placas que nos informam da localização de cada espécie. Segui as direções até à primeira espécie que queria fotografar, a lontra-asiática, esta espécie é mais pequena que a nossa lontra e mais sociável. Assim que cheguei ela veio imediatamente espreitar-me e posou para as fotografias. De seguida fui em direção aos ursos. Já me tinham avisado que eles passavam o dia a dormir e que dificilmente conseguiria uma fotografia deles, mas tinha a tarde toda. Quando cheguei eles estavam realmente a dormir, mas apenas tive de esperar meia hora até mostrarem alguma atividade, mesmo que fosse o simples mudar de posição a dormir, mas que permitiu obter algumas fotografias destes bonitos exemplares antes de seguir para outra espécie difícil, os javalis. Estes já sabia que iam dar alguma luta. E não estava enganado! Sempre desconfiados, faziam de tudo para não serem fotografados. Ora corriam que nem uns malucos, ora paravam abruptamente que levantavam uma enorme nuvem de pó, ou se escondiam atrás de algo, ou ficavam tão perto da rede a cheirar-me que não os conseguia fotografar. Toda esta ação na verdade permite obter fotografias diferentes, mas é muito cansativa pois temos de estar alertas o tempo todo para não perdemos as oportunidades de fotografar.



Continuando no percurso cheguei a uma das espécies que mais gosto de fotografar, a simpática e bonita raposa. E ela não podia estar em melhor posição, a dormitar ao sol. Acho que não preciso de me alongar nas palavras pois as imagens falam por si sobre este momento mágico. Ainda passei quase uma hora a fotografar esta pequena, à espera que olhasse para a máquina como acabou por acontecer. Finalmente cheguei aos linces-euroasiáticos. E tinha muitos para fotografar, o que na verdade dificulta ainda mais concentrar-nos nos momentos que interessam, usualmente procuro os indivíduos mais ativos, mas neste caso todos eles estavam relativamente ativos! Os linces são gatinhos grandes e por isso tem comportamentos semelhantes, o que nos permite antecipar algumas das suas ações e assim conseguimos fotografar esses momentos. Como qualquer gato, eles também gostam de se lavar, também gostam de estar ao sol e por mais ativos que estejam tem sempre um bocado de sono. Os mais jovens gostam de brincar entre eles, e esses momentos também são bons para fotografar.



A última espécie de grande porte foi o lobo-ibérico, e no parque existe uma alcateia com meia dúzia de indivíduos. Esta espécie ameaçada de extinção não nos facilita a vida, nem no campo, nem aqui. O espaço onde eles estão é perfeito, muita vegetação, árvores de grande porte, mas muitos espaços abertos pintalgados de luz que escapa por entre a folhagem alta. O problema era conseguir fotografá-los ao passarem nesses pontos de luz. Não me recordo quanto estive até conseguir obter uma fotografia que gostasse, mas não ia desistir sem essa fotografia. Até ter o meu momento, depois ainda fiquei mais um bom bocado a tentar melhorar a mesma, mas não foi possível, e por isso, resta-me regressar novamente para voltar a tentar. De seguida era hora de regressar à recepção, pelo caminho ainda fotografei os veados, os gamos, as várias espécies de carnívoros de porte pequeno, como a geneta e o sacarrabos, e algumas aves de rapina, como a águia-de-asa-redonda e o bufo-real.



Assim terminou a minha visita ao Parque Biológico da Serra da Lousã, um parque que conto regressar novamente. Ao longo de todo o percurso que fiz pelo parque pude ainda observar diversas espécies de aves selvagens que aproveitam a vegetação autóctone para procurar alimento e refúgio, e também usufruem do excesso de comida que os animais do parque não comem. A lista inclui o sempre bonito pisco-de-peito-ruivo, as esquivas toutinegras-de-barrete-preto, um bando de chapins-rabilongos, um simpático pica-pau-malhado-pequeno, entre outras espécies. Foi um dia muito agradável que recomendo a qualquer fotógrafo. Deixo-vos com mais uma mão cheia de fotografias.


www.parquebiologicoserralousa.pt

www.dophography.net



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